segunda-feira, 7 de maio de 2012

A lua e a dica de Buda


A lua e a dica de Buda





Ontem fui a uma bela cerimônia do Wesak, a lua de Buda, festejando a sua iluminação. Foi ótimo ter ido, e a luz que vi brilhar em muitas velas, e o olhar feliz e disposto de muitos participantes, fizeram justiça à lua que se diz ter sido a maior do ano. Tudo muito lindo, em homenagem a mais um ícone/entidade espiritual,  que carrega multidões de fiéis. Tudo fez sentido e o que me deixou ainda mais feliz, foi eu mesma ter me iluminado em relação a várias questões pessoais. Por favor, não me creiam arrogante, pra eu me iluminar ainda faltam várias vidas, mas uma chama brilhou e eu vi o que já devia ter visto.Tenho estado parada há mais ou menos dois anos. Procurando respostas e soluções, o próximo passo no meu tabuleiro de xadrez. Como é usual  e mais fácil, tenho atribuído a responsabilidade da minha parada a vários fatores externos. O filho que se mudou para São Paulo, a filha que se mudou para Goiânia, o dinheiro esperado para continuar o trabalho que nunca sai, a alta dos imóveis para justificar  não ter ainda comprado meu apartamento, a crise de coluna, as sucessões de gripes, a tristeza com a doença do amigo, alguns conflitos com pessoas próximas e queridas e por aí vai : se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. E eu, indefesa,parada na minha arena, brigando comigo mesma, me machucando, sem vestir as luvas de Box e proteger os dentes...querendo lutar sem os instrumentos necessários nem a determinação para dizer ou não. Parada! De repente, depois de tanto tempo em atitude contemplativa, o discurso de alerta da filha mais velha, a lua desconcertante, as chamas das velas amarelas, os mantras entoados e eu meditando,acordei! E foi tudo muito simples, como deve ser a vida quando a gente não complica. Medo! Assumo que não tenho caminhado por medo...não quero isso, nem aquilo, nem nada sei por medo de me arriscar  e cair. Eu, que sou uma guerreira, brava e corajosa, me escondi de mim para não ter que admitir a minha própria culpa. Amigos, “ quem não arrisca,não petisca”, mesmo morrendo de fome...emagrece, seca, mas não anda....tudo muito simples. Por sorte, tudo aconteceu, sem que tivesse perdido a fé, a alegria e a vontade de caminhar, mas hoje, estou calçando novos calçados para uma nova estrada. O medo que me esqueça porque já me esqueci dele. Um grande ensinamento de Buda é de que tudo é passageiro. O medo passou também. Namastê!